29 - UM PÉSSIMO DIA DE PESCA
O dia acordou cansado debaixo de uma densa neblina. Os soldados estavam exaustos, mal dormidos, tinham fome, o frio era insuportável e o ar quase irrespirável. Eram todos jovens demais, e juntos murmuravam por um auxílio que tardava em chegar. Pouco passava das quatro da manhã quando tudo começou. Os bombardeamentos maciços atingiram em cheio os postos de comando dos batalhões, das brigadas e depois a sede do Corpo Expedicionário Português e o Quartel General. O ataque apanhou-os quase de surpresa e não tardou muito até que as comunicações ficassem todas cortadas. Eduardo Damião gritava, como quase todos, gesticulava e mantinha-se esperançoso que aquele ataque fosse apenas mais um raide. Desde o início do mês de março os alemães tinham começado a lançar ataques com maior frequência com o sério propósito de os desmotivar, mas este fogo era bem mais intenso e constante. Damião cedo compreendeu que aquela não seria uma investida igual às outras. Com as transmissões comprometida